O Livro Sagrado da ICAR
Sobre a Igreja Católica Apostólica Romana
O LIVRO SAGRADO
A Bíblia tem 66 livros, sendo 39 livros no Antigo Testamento e 27 Livros no Novo Testamento. Tem 1.189 capítulos, sendo 929 no Antigo Testamento e 260 no Novo Testamento. Estes capítulos estão divididos em 31.173 versículos, 23.214 no Antigo Testamento e 7.959 no Novo Testamento. O Antigo Testamento foi originalmente escrito em Hebraico e o Novo Testamento em Grego.
Existem mais de 1040 citações do Antigo Testamento no Novo Testamento.
A divisão da Bíblia em capítulos atribui-se ao Cardeal Hugo, falecido em 1263, e a Stephen Langton, falecido em 1228. A divisão em versículos é obra de Robert Stevens, em 1551.
A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo, em 1535.
Actualmente a Bíblia está traduzida total ou parcialmente em 2.000 línguas e dialetos.
Encontra-se no Guiness Books como sendo o livro anualmente mais lido e vendido.
A Bíblia é o conjunto de livros escritos por homens inspirados pelo Espírito Santo, logo está isenta de erros, ela é PALAVRA DE DEUS.
As diversas interpretações da Palavra de Deus que tem produzido doutrinas novas e erradas, algumas heresias e constituído seitas são derivadas a:
- Considerações tendo como alvo o argumento de costumes, culturas, ignorância do escritor, etc.
- Ideias preconcebidas quanto á literatura, á ciência, á saúde., ao sexo, á natureza, etc.
- Considerações tendo por princípio pequenos textos, esquecendo o contexto.
- Divergências ocasionadas por passagens que usam números arredondados, enquanto outras referem números exactos.
- Divergências quanto a nomes de lugares e pessoas. Exemplo: A Jericó velha não é a mesma que Jericó nova, mas Silas e Silvano são a mesma pessoa.
6- Divergências causadas pelas palavras hebraicas e gregas que apresentam mais que um significado, tal como acontece com o português. A palavra “palmas”, por exemplo, pode significar tanto aplauso, como frutos da palmeira.
– A BIBLIA CATÓLICA
Em 1929, o padre Bernhard Conway, escreveu: “A Bíblia não é a única fonte de fé, como Lutero ensinou no Século XVI. A Bíblia em si mesma, não é mais do que letra morta, esperando por um intérprete divino; ela não está arranjada de forma sistemática; ela é obscura, e de difícil entendimento, (2 Pedro 3,16, Atos 8.30,31; como ela é, está aberta à falsa interpretação. Além disso, certo número de verdades reveladas têm chegado a nós, somente por meio da Tradição divina” (The Question Box.) No compêndio do Vaticano II, lê-se o seguinte: “Não é através da Escritura apenas que a igreja deriva sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado. Por isso ambas (Escritura e Tradição) devem ser aceitas e veneradas com igual sentido de piedade e reverência” (pág,1271).
- Desta forma se entende que a ICAR respeita três autoridades: A Bíblia, A Tradição e a Igreja.
- O Concilio de Trento (1545-63) afirmou que a bíblia contém a Palavra de Deus, mas não é a única.
OS LIVROS APÓCRIFOS
A ICAR reconhece vários livros inspirados, catalogando-os da seguinte forma:
Canônico – livro catalogado segundo as regras estabelecidas – significa que foi inspirado por Deus;
Protocanônico – livro catalogado “próton”, isto é, em primeiro lugar ou sempre catalogado;
Deuterocanônico – livro catalogado, “déuteron” isto é, posteriormente ;
Apócrifo, do grego “apókryphon” – livro oculto, isto é, não lido nas assembleias públicas de culto, mas reservado à leitura particular. (ex. Evangelho S. Tomé, Evangelho da Infância, Apocalipse de Enoc)
A Bíblia usada pela ICAR tem 46 livros no Antigo Testamento escritos em hebraico, caldeu e grego.
O Papa Paulo III, 1534-1539 confirmou a inclusão dos livros que denominamos “apócrifos” na BIBLIA . São 1 e 2 dos Macabeus, Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc.
O livro de Ester tem mais 6 capítulos (10:4 – 16: 24) e o livro de Daniel tem vários episódios como: A oração de Azarias, O cântico dos mancebos, o episódio de Susana e a história de Bel e do Dragão.
Os Livros apócrifos que acima refiro:
- Nunca fizeram parte do cânon hebraico.
- Nunca foram citados no Antigo e no Novo Testamento.
- Nenhum deles reclama a inspiração divina para si próprios.
- Contém erros históricos, geográficos e cronológicos.
- Ensinam e apoiam doutrinas que são contrárias às Escrituras em geral.
- Como literatura, às vezes não passam de mito e lendas.
- Jesus não os cita alguma vez.
- Os apóstolos e escritores dos Evangelhos e das Epistolas, nunca se referiram a eles.
- Os famosos pais da Igreja nunca se basearam neles como fonte inspiração dos seus escritos.
- A Igreja Primitiva não os considerava inspirados e nunca se baseou neles.
- Eles foram escritos muito tempo depois de encerrado o cânon do Antigo Testamento
- Alguns textos possuem passagens e frases que contradizem-se os escritos inspirados e até ensinamentos do próprio Senhor Jesus Cristo
Exemplo, o texto de 2Macabeus 12:43-46: “Judas, tendo feito uma coleta, mandou duas mil dracmas de prata a Jerusalém, para se oferecer um sacrifício pelo pecado.” Se este texto estiver correcto, então a Bíblia inteira está errada, incluindo os ensinos de Cristo.
Lucas 16: 19-31 – O rico foi directamente para o inferno sem possibilidade de pagar os seus pecados
Hebreus 9:27 – Aos homens está ordenado morrerem uma vez vindo depois disso o juízo.
João 8:32-36 -Só Cristo liberta o homem do pecado.
TOBIAS – é a história fictícia de um judeu que através de aventuras na conquista de uma viúva de 7 maridos é guiado por um anjo. Tem instrução imoral religiosa. Contem erros cronológicos. Fala de esmolas que livram da morte.
JUDITE – Uma história popular de uma viúva israelita, rica, que em tempo de guerra, saiu do acampamento e foi ter com o general inimigo. Ofereceu-se para ter relações sexuais a com ele e cortou-lhe a cabeça. Contem erros geográficos e cronológicos.
ECLESIASTICO ou SABEDORIA DE JESUS -Filho de Sirac – fala acerca do judaísmo no II século antes de Cristo. Nega qualquer inspiração no prólogo. Fala da moralidade baseada na conveniência.
SABEDORIA – Conjunto de pensamentos que mistura as filosofias conhecidas da época: grega e hebraica
BARUC – O amanuense de Jeremias fala da sua vida e historia na Babilónia
A TRADIÇÂO
Segundo a ICAR quem confere veracidade às Sagradas Escrituras ou não é a tradição.
A Tradição tem 3 categorias:
Tradição Divina – aquela que Cristo ordenou.
Tradição Apostólica – aquela que os apóstolos escreveram ou falaram e
Tradição Eclesiástica – aquela que é ordenada por decreto papal ou através de concílios.
Jesus nunca mandou escrever um livro, mas disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura” Pregar é transmitir oralmente a mensagem de Cristo. Isto consegue-se seguindo a tradição.
“A Bíblia só serve quando interpretada pela autoridade competente, “Deus é a verdade – Ego sum veritas” (Jo 14, 6). “O homem é a mentira – Omnis homo mendax” (Rom 3, 4). Noutras palavras, a interpretação da verdade não pode ser feita por homens falíveis, mas necessita de uma autoridade infalível, ou seja o Papa”
Eis os fundamentos da ICAR para considerar a Tradição como autoridade de fé:
1)”Em nome de Nosso Senhor, Jesus Cristo, mandamos que vos afasteis de todo irmão que se entrega à preguiça e não segue a tradição que de nós recebestes” (2 Tess 3,6).
2)”Tu, pois, meu filho, sê forte na graça de Cristo, e o que de mim ouviste perante muita testemunha confia-o a homens fiéis capazes de ensinar a outros” (2 Tm. 1-2). Eis aqui a tradição oral.
3) “Há ainda muitas coisas feitas por Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever” (Jo 21,25).
4)”Irmãos, ficai firmes e conservai as tradições que aprendestes, quer por palavra, quer por escrita nossa” (2 Tess 2,15).
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- A Tradição é um “outro evangelho” Gálatas 1.8. Não é de origem divina, nem apostólica, uma vez que ao longo do tempo existe retratações. Agostinho, considerado um dos pais da igreja, escreveu um livro no fim dos seus dias, apresentando as suas retratações quanto a doutrinas que ensinara.
- A tradição como transmissão oral é digna de pouco crédito. “Quem conta um conto aumenta um ponto” veja-se o caso de João 21.21-23
- A Tradição não tinha lugar na igreja primitiva.. Tertuliano afirmou: “Cristo intitulou-se a Verdade, mas não a tradição… os hereges são vencidos com a Verdade e não com novidades”. Jerônimo, o tradutor da “Vulgata”, tradução oficial da Bíblia usada pela Igreja Romana, escreveu: “As coisas que se inventam e se apresentam como tradições apostólicas, sem autoridade e testemunho das Escrituras, serão atingidas pela Espada de Deus”.
- Antes da Reforma a ICAR não tinha nenhuma posição no sentido de conferir à Tradição autoridade igual à da Bíblia. A ênfase bíblica da mensagem da Reforma forçou o clero da igreja Romana a reavaliar a decisão do concilio de Tollouse (1229) – que tinha proibido a leitura da Bíblia ao povo, e passou a permitir a leitura da Bíblia pelos leigos, desde que satisfeitas, as seguintes exigências:
- Os leigos não formassem juízo próprio dos seus ensinos;
- que os leigos só aceitassem a sua interpretação quando feita pelo clero.
Esta foi a evolução da autoridade: das Escrituras para Tradição, desta para a Igreja, da Igreja para o clero e deste para o papado que, em 1870, diria: A tradição sou eu” (Fé e Vida, Maio de 1943).
Notemos entretanto que a ICAR foi contrário à leitura da Bíblia. Em 6 de Outubro de 1536 o clero queimou vivo o cidadão inglês Tyndale por traduzir e distribuir Bíblias .
TEXTOS DE REFERENCIA
II Timóteo 3.16 – Toda a Escritura é divinamente inspirada
João 5.39 – O exame das Escrituras (só) testificam de Cristo e da Vida Eterna – João 10.35 –
Colossenses 2.8 – As Tradições dos homens são presa satânica – Marcos 7.8-13
Deuteronomio 4.2 – Ensino daquilo que é mandamento do Senhor