Páscoa: Tudo o que precisa de saber
O que significa Pascoa, o que foi e o que é?
ESTUDO 1º
Ordem cronológica da semana de Páscoa de Jesus Cristo
Esboço com os principais acontecimentos do Senhor Jesus Cristo da semana da Páscoa, colocados na provável ordem cronológica, segundo a Bíblia Sagrada.
Domingo
1) Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, lamento sobre a cidade, Jesus entra no templo e no final do dia passa a noite em Betânia (Mt 21.1-17; Mc 11.1-11; Lc 19.28-44; Jo 12.12-19).
Segunda-Feira
1) Jesus amaldiçoa uma figueira entre Betânia para Jerusalém (Mt21.18-22;Mc11.12-14,19-26;Lc19).
2) Jesus purifica o templo em Jerusalém, pela segunda vez (Mt 21.12,13; Mc 11.15-18; Lc 19.45-48).
Terça-Feira
1) Jesus ensina no templo e a sua autoridade é contestada Mt21.23-23.36; Mc11.27-12.44 Lc19.47-21.4.
2) Jesus profere um longo discurso, censurando os escribas e fariseus (Mt 23).
3) Continuando em Jerusalém, proclama o sermão escatológico (Mt 24-25; Mc 13; Lc 21.5-36).
Quarta-Feira
1) Jesus anuncia a sua crucificação em Jerusalém (Mt 26.1,2).
2) Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos do povo resolvem matar Jesus, Judas Iscariotes oferece-se para entregar-lhes Jesus (Mt 26.3-5,14-16; Mc 14.1,2,10-11; Lc 22.1-6).
Quinta-Feira
1) Jesus celebra a última Páscoa com os discípulos num cenáculo em Jerusalém e institui a Ceia Memorial (Mt 26.17-30; Mc 14.12-26; Lc 22.7-20; Jo 13.1-2).
2) Jesus lava os pés aos discípulos e dá-lhes as últimas instruções (Jo 13.4-16.33).
3) Jesus ora por si e pelos seus discípulos (Jo 17.1-26).
4) Oração, agonia e prisão de Jesus no Jardim Getsémani em Jerusalém (Mt 26 Mc 14.; Lc 22. Jo 18).
5) Na Quinta-feira à noite, Jesus é julgado no Sinédrio (1ª fase) em Jerusalém (Mt 26.57-68; Mc 14.53-65; Lc 22.54,63-71; ).
6) Pedro nega Jesus (Mt 26.69-75; Mc 14.66-72; Lc 22.54-62; Jo 18.15-18,25-27).
Sexta-Feira
1) Julgamento (2ª fase) e condenação de Jesus (Pilatos, Herodes, Pilatos) em Jerusalém ( Mc 15.1-20; Lc 23.1-25; Jo 18.28-19.16).
2) Suicídio de Judas (Mt 27.3-10; At 1.16-19).
3) Entre as 9h e as 15h, Jesus morre crucificado num lugar chamado Gólgata, às portas de Jerusalém (Mt 27.32-56; Mc 15.21-41; Lc 23.33-49; Jo 19.17-37).
4) Jesus é sepultado no sepulcro de José de Arimatéia, em Jerusalém (Mt 27. Mc 15; Lc 23.; Jo 19).
Sábado
1) Dia de silêncio na terra. 2) Jesus está no Paraíso, em espírito (Lc 23.43).
3) Provavelmente neste dia Jesus vai ao Hades (1Pd 3.18).
A morte de Cristo, crime horrendo ou plano de Deus?
Referência: Lucas 23.1-25, Atos 2.22-23
INTRODUÇÃO
1. A morte de Cristo foi uma tragédia humana ou um propósito divino? Um crime horrendo ou um plano de Deus? Cristo foi simplesmente assassinado ou ele voluntariamente se entregou? Ele foi uma vítima indefesa nas mãos dos iníquos ou ele marchou para o Calvário como um rei caminha para a sua coroação?
I. A MORTE DE CRISTO FOI O CRIME MAIS HORRENDO DA HISTÓRIA – At 2:23
1. Jesus não morreu, dizem, ele foi morto, executado publicamente como um criminoso
a) Os dirigentes judaicos – Com inveja acharam que ele desrespeitava a lei e blasfemava contra Deus.
b) Os romanos – Ouviram dizer que ele se proclamava rei e assim, desafiava a autoridade de César.
2. Judeus e Romanos entraram em aliança maligna para matar a Jesus
a) No Tribunal Judaico – Se apresentou uma acusação teológica contra ele: BLASFÊMIA.
b) No Tribunal Romano – A acusação era política: SEDIÇÃO.
Assim, acusaram-no de delito contra Deus e contra César.
3. Tanto no Tribunal Judaico, como no Romano, seguiu-se um certo processo legal:
a) A vítima foi presa;
b) A vítima foi acusada e examinada;
c) Chamaram-se testemunhas;
d) Então, o juiz deu o seu veredicto e pronunciou a sentença.
MAS OS EVANGELISTAS ESCLARECEM QUE O PRESO:
a) Não era culpado das acusações;
b) As testemunhas eram falsas;
c) Que a sentença de morte foi um horrendo erro judicial.
Jesus, assim, é condenado pelo representante da RELIGIÃO: Caifás e pelo representante do ESTADO: Pilatos.
II. QUEM LEVOU JESUS À MORTE
1. Pilatos por covardia entregou Jesus para ser crucificado – Lc 23:2
A. Pilatos estava convicto da inocência de Jesus – ele declara isso três vezes:
a) Quando o Sinédrio lhe levou o caso: Não vejo neste homem crime algum” (Lc 23:4).
b) Quando Jesus voltou, depois de ter sido examinado por Herodes, Pilatos disse aos sacerdotes e ao povo: “…apresentastes-me este homem como agitador do povo; mas, tendo-o interrogado na vossa presença, nada verifiquei contra ele dos crimes de que o acusais” (Lc 23:13-15). A esta altura a multidão gritou: CRUCIFICA-O, CRUCIFICA-O.
c) Mas Pilatos respondeu pela terceira vez: “Que mal fez este? De fato nada achei contra ele para condená-lo à morte” (Lc 23:22).
d) Sua convicção pessoal foi confirmada pela sua mulher: “Não te envolvas com este justo” (Mt 27:19).
B. Pilatos tentou quatro evasões para soltar Jesus e pacificar os judeus
a) Transfere a responsabilidade da decisão – Ao ouvir que Jesus era da Galiléia, envia-o para Herodes. Herodes, porém, devolve Jesus sem sentença (Lc 23:5-12).
b) Tentou meias medidas – “Portanto, depois de castigá-lo, soltá-lo-ei” (Lc 23:16,22). Essa foi uma ação covarde, pois se Jesus era inocente, tinha que ser imediatamente solto e não primeirametne açoitado.
c) Tentou fazer a coisa certa (soltar Jesus) pela forma e motivo errados (pela escolha da multidão) – Propôs anistiar um prisioneiro, esperando que a multidão escolhesse Jesus, mas o povo preferiu Barrabás.
d) Tentou protestar sua inocência – Lavou as mãos: “Estou inocente do sangue deste justo” (Mt 27:24).
C. Por que Pilatos cedeu, entregando Jesus para ser crucificado? (Lc 23:23-25)
a) O clamor da multidão – O clamor da multidão prevaleceu (v. 23);
b) O pedido da multidão – Pilatos decidiu atender-lhes o pedido (v. 24);
c) A vontade da multidão – Quanto a Jesus, entregou-o à vontade deles (v. 25).
d) A pressão da multidão – “Se soltas a este, não és amigo de César”.
A escolha é entre a verdade e a ambição, entre a consciência e a conveniência.
A morte de Cristo foi um crime horrendo porque a sentença foi injusta.
2. O povo judaico e os sacerdotes por inveja acusaram a Jesus
Foram os judeus que levaram Jesus a a Pilatos para ser julgado;
Foram os sacerdotes que acusaram Jesus de reivindicações subversivas;
Foram as autoridades judaicas que acusaram Jesus de ensinos blasfemos;
Pedro diz que os judeus traíram e negaram a Jesus diante de Pilatos (At 2:12-15). Ele os acusou de matar o Autor da Vida.
Pilatos percebeu que os sacerdotes o haviam entregado por INVEJA (Mt 27:18). Isso porque Jesus ensinava com autoridade, tinha autoridade para expulsar demônios e para curar enfermos e perdoar pecados.
A morte de Cristo foi um crime horrendo porque as acusações contra ele foram falsas.
3. Judas Iscariotes traiu Jesus por ganância
Judas entregou Jesus aos sacerdotes. Os Sacerdotes entregaram Jesus a Pilatos. Pilatos entregou Jesus aos soldados e os soldados o pregaram na cruz.
Judas traiu Jesus por dinheiro. 1) Jesus afirmou sua culpa: “Ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído”; 2) Judas condenou-se a si mesmo: reconheceu seu crime, devolveu o dinheiro e se suicidou.
Judas foi motivado pela ganância. O dinheiro ainda hoje tem corrompido: Alguns magistrados têm pervertido a justiça por subornos; alguns políticos têm usado o poder para corromper; alguns negociantes entram em transações desonestas; alguns pastores mercadejam o evangelho.
A morte de Cristo foi um crime horrendo porque Judas o traiu e o entregou aos sacerdotes por ganância; os sacerdotes o entregaram a Pilatos por inveja; então, Pilatos o entregou aos soldados por covardia e eles o crucificaram.
4. Nós também matamos Jesus com os nossos pecados
Nós também somos culpados. Se estivéssemos no lugar deles, teríamos feito exatamente o que fizeram. Deveras, nós o fizemos, pois sempre que nos desviamos de Cristo, estamos crucificando para nós o Filho de Deus e o expondo à ignomínia (Hb 6:6).
Eu estava lá quando crucificaram o meu Salvador! Não apenas como expectador, mas como participante, participante culpado, tramando, traindo, vociferando e entregando-o para ser crucificado.
Eu não estava na cruz do lado. Eu estava lá na cruz do centro. Foram os meus pecados que transpassaram Jesus na cruz. Ele foi moído pelas nossas iniquidades.
III. A MORTE DE CRISTO, UM PLANO ETERNO DO PAI – At 2:23
1. Jesus foi à cruz voluntariamente
a) Cristo não morreu simplesmente porque Judas o traiu, porque os sacerdotes o entregaram, porque Pilatos o sentenciou ou porque os soldados o pregaram na cruz.
b) Jesus não morreu como Mártir – Ele foi à cruz expontaneamente e deliberadamente. Sua cruz estava encrustrada no coração de Deus desde a fundação do mundo (Ap 13:8).
Jesus começou o seu ministério identificando-se com o pecador (no batismo);
Ele veio para morrer.
Quando Pedro tentou desviá-lo da cruz, ele disse: “Arreda, Satanás”.
Quando o diabo o tentou no deserto, ele o venceu, dizendo: “Não tentarás o Senhor teu Deus”.
Jesus predisse várias vezes a sua morte.
Ele disse que o BOM PASTOR dá a sua vida pelas ovelhas. Ele disse: “Eu dou a minha vida, ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou” (Jo 10:11,17,18).
Paulo disse: “Cristo me amou e a si mesmo se entregou por mim”.
Isaías 53:12 diz que “ele derramou a sua alma na morte”.
2. A morte de Cristo por nós foi a maior expressão de amor do Pai por nós
Quem entregou Jesus para morrer não foi Judas por dinheiro, não foi Pilatos por temor, não foram os judeus por inveja, mas o Pai por amor. Diz o apóstolo Paulo: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou…” (Rm 8:32).
OS DOIS LADOS DA CRUZ:
a) No nível humano – Judas o entregou aos sacerdotes, os quais o entregaram a Pilatos, que o entregou aos soldados, os quais o crucificaram.
b) No nível divino – O Pai o entregou e ele se entregou a si mesmo para morrer por nós por amor.
c) À medida que encaramos a cruz, podemos dizer a nós mesmos: “Eu o matei, meus pecados o enviaram à cruz” e “ele se entregou, seu amor o levou à cruz.
d) Pedro uniu as duas verdades em Atos 2:23: A morte de Cristo foi simultaneamente plano de Deus e resultado da maldade dos homens.
3. Por que Cristo morreu?
1. Ele morreu por nós
O bom pastor dá a vida pelas ovelhas
Este é o meu corpo que é oferecido por amor de vós
Ele foi traspassado pelas nossas transgressões
Ele foi moído pelas nossa iniquidades
Ele foi ferido por causa dos nossos pecados
Deus fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.
2. Ele morreu pelos nossos pecados
Ele morreu para nos reconciliar com Deus
Ilustração: A mãe que morreu para reconciliar o filho e o Pai.
3. Ele morreu para nos dar vida
a) Ele levou as nossas enfermidades – físicas, psicológicas e morais;
b) Ele levou as nossas mágoas – dores, traumas, abandono, recalques;
c) Seu castigo nos traz a paz;
d) Sua morte nos traz a vida eterna.
PRIMEIRA CONCLUSÃO
1. A morte de Cristo revela que o nosso pecado é extremamente horrível
2. A morte de Cristo revela a maravilha do amor de Deus além de toda compreensão
ESTUDO 2º
O JULGAMENTO DE CRISTO
O julgamento de Cristo teve dois aspectos processados em seis partes, três religiosas e três civis, entre a 1 e 7 horas.
1. Jesus foi interrogado perante o sumo-sacerdote Anás, Jo 18.13,14, 19-23 (Depois da meia noite do quinto dia)
O julgamento de Jesus teve dois aspectos, o judaico e o romano, havendo em cada três audiências. Em primeiro lugar teve ocasião o julgamento religioso perante os sacerdotes. Anás era ainda uma figura dominante na liderança judaica e teve que dar a sua opinião sobre o condenado. Ele interrogou Jesus sobre a sua actividade religiosa, os seus discípulos e os seus ensinamentos. Depois foi remetido para Caifás, o sumo sacerdote daquele ano, onde também foi julgado perante os membros do Sinédrio, reunidos ilegalmente durante a noite, os quais condenaram Jesus à morte. Após amanhecer, e para encobrir a ilegalidade, houve outra reunião a fim de confirmar o veredicto declarado durante a noite.
2. Jesus foi interrogado perante o sumo sacerdote Caifás, Mc 14.53; 55-65; Mt 26.57,59-68; Lc 22.54,63-65; Jo 18.24 (Ainda durante a noite do quinto dia)
Depois de ser interrogado por Anás, Jesus foi levado a Caifás e questionado na presença dos membros do Sinédrio. Esta segunda reunião foi ilegal por ter sido realizada durante a noite na casa do sumo sacerdote. Ainda que todos se esforçassem para apanhar Jesus nalguma falta jamais o conseguiam. Apareceram algumas falsas testemunhas dizendo disparates discordantes sobre o Senhor. Por fim, alguém se lembrou do que lhe ouvira dizer sobre a destruição do templo, quando Ele se referia à sua morte e ressurreição, mas nem nisto concordavam. É sabido que os testemunhos mentirosos jamais concordarão em todos os pontos.
3. Jesus perante Caifás e o Sinédrio, é negado por Pedro, Mc 14.54,66-72; Mt 26.58,69-75; Lc 22.54-62; Jo 18.15-18,25-27
Apesar de todos terem fugido aquando da prisão do Senhor, dois deles decidiram seguir o seu Mestre. Era Pedro e, provavelmente, João, o discípulo amado e conhecedor do sumo sacerdote. Entrando no pátio de Caifás, Pedro ajuntou-se à fogueira existente ali para aquecimento de criados e guardas. Entretanto, uma criada reconheceu-o. Passado pouco tempo foi reconhecido pelo seu sotaque galileu.
4. Jesus formalmente condenado pelo Sinédrio, Mc 15.1; Mt 27.1; Lc 22.66- 71 (Na madrugada do sexto dia)
A lei judaica proibia que se realizassem julgamentos nocturnos e em dias de festa; casos especiais exigiam pelo menos dois julgamentos em dias diferentes.
Como nada disto aconteceu, toda aquela azáfama, para condenar um homem bom, foi a maior ilegalidade cometida por gente que se dizia temente a Deus e cumpridora da lei. A reunião da madrugada do sexto dia foi a audácia das autoridades judaicas para dar ao processo uma aparência de legalidade. Mas, com a injustiça dos homens Deus estava praticando a sua justiça, porque o justo devia morrer pelos injustos.
5. Jesus foi levado a Pilatos e por ele interrogado pela primeira vez, Mc 15.1-5; Mt 27.2,11-14; Lc 23.1-5; Jo 18.28-38 (Cerca das seis da manhã)
Em segundo lugar aconteceu o julgamento político. O condenado foi levado à presença do governador romano, Pôncio Pilatos. Jesus, o Senhor amoroso, inofensivo, e amigo dos desprezados, foi algemado como um temido criminoso
para comparecer perante a autoridade romana. Agora iria ser julgado de acordo com a lei romana. No império ninguém podia arrogar-se de rei sem previamente ser escolhido para o cargo e ir a Roma para receber a coroação das mãos do imperador. Jesus dizia ser o rei dos judeus e tinha de responder por desobediência à lei civil e como agitador de massas.
6. Jesus foi conduzido a Herodes para ser julgado por ele, Lc 23.6-12
Herodes Antipas, que era o governador na região da Galileia, estava em Jerusalém para assistir à Festa da Páscoa. Com esta acção somente procurava manter a sua popularidade entre os judeus, nada mais. Como tinha ouvido bastante acerca de Jesus e dos seus milagres, desejava muito conhecê-lo e talvez, observar algum milagre. Esse anseio foi-lhe concedido por Pilatos, que não queria assumir a responsabilidade pela sorte de Jesus. Embora Herodes lhe fizesse muitas perguntas, o Senhor permaneceu impávido e sereno sem responder às acusações dos adversários. Também ele nada achou em Jesus digno de condenação.
7. Jesus foi remetido a Pilatos, açoitado, escarnecido e condenado, Mc 15.6- 19; Mt 27.15-30; Lc 23.13-25; Jo 18.39-19.16 (Cerca das seis da manhã)
Pilatos, vendo que nada conseguia, tentou ilibar-se da injustiça de matar um homem justo lavando as mãos perante todos e dizendo: “Sou inocente do sangue deste homem, seja isso lá convosco. E todo o povo respondeu: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos”. Crucifica-o. Então, sendo já seis horas da manhã, entregou-lho para ser crucificado.
ESTUDO 3º
O JULGAMENTO DE CRISTO- ORDEM DOS ACONTECIMENTOS
I. JULGAMENTO RELIGIOSO
1. Perante o sacerdote Anás, Jo 18.13,24
2. Perante Caifás, Mc 14.53; Mt 26.57; Lc 22.54
3. Perante os membros do Sinédrio Mc 14.55-68; Mt 26.59-68; Lc 22.66-71
II. JULGAMENTO CIVIL
1. Perante Pilatos Mc 15.1-5; Mt 27.1; Lc 23.1-5; 13-25; Jo 18.28
2. Perante Herodes, Lc 23.6-12
3. Perante Pilatos, Mc 15.6-15; Mt 27.15-26; Lc 23.13-25; Jo 19.1
III. ACUSAÇÕES
1. Que destruiria o Templo
2. Que se fazia filho de Deus
3. Que se fazia rei dos judeus
4. Que pervertia o povo com o seu ensino
5. Que proibia pagar o imposto a Roma
6. Que era um malfeitor
IV. ERROS DO SINÉDRIO
1. Julgamento nocturno, Mt 27.1, Jo 18.13
2. Fora do lugar apropriado, Jo 18.19, 28
3. Testemunhos simultâneos, Mc 14.57
4. Testemunhos discordantes, Mc 14.59
5. Testemunhos dispensados, Mt 26.65
6. Faltou exame imparcial da resposta do réu, Lc 22.67-70
a) O messias deve ser o filho de Deus?
b) Jesus será de facto o filho de Deus?
ERROS DO SINÉDRIO
A) Julgamento Religioso em sessão nocturna. Três audiências: perante Anás, Caifás e Sinédrio. Acusação: Ameaçou destruir o santuário. Diziaser filho de Deus. Pervertia o povo com a sua doutrina.
1. Procedimento judicial nocturno era ilegal, Jo 18.13.
2. Aconteceu após o sacrifício da tarde, o que era ilegal.
3. Aconteceu em tempo solene, no 1º dia dos asmos, que não podia ser violado,Jo 18.19.
4. A interrogação de Anás. O acusador não tem o direito de julgar (Dt19.16,17); cf. 17.2,4,6.
5. A interrogação capciosa de Anás. O réu não podia ser interrogado sem previamente ter sido apresentada acusação escrita (Jo 18.19-21).
6. A brutalidade dum criado na presença das autoridades, Jo 18.22.
7. Dispensaram a qualidade das testemunhas e a veracidade dos depoimentos, Dt 19.18.
8. Os juízes violaram a lei não prescrevendo o juramento de só dizerem a verdade.
9. Não puniram as falsas testemunhas; foram subornados pelas mesmas, Dt 19.18-21.
10. O depoimento simultâneo de duas testemunhas, quando deviam ser ouvidas separadamente, Mc 14.57,58.
11. Os depoimentos foram falsos e discordantes, Mc 14.59:
a) Alteraram o sentido das palavras de Jesus, Mc 14.58.
b) Troçaram das palavras de Jesus.
12. Caifás aparece pela segunda vez como acusador. Como presidente do tribunal,
tomou o lugar das testemunhas argumentando, Mc 14.60; Mt 26.63.
13. Concedeu juramento a Jesus, pelo Deus vivo, mas não às testemunhas, Mt 26.63.
14. Infringiu a lei levítica que proibia ao sumo sacerdote rasgar as suas vestes, Êx 28.2-10.
15. Incriminação do réu sem examinar a sua resposta, Mt 26.65.
16. Influenciou a opinião dos juízes antecipando-se a dizer: “blasfemou”.
17. Dispensaram testemunhas, Mt 26.65.
18. A forma de pedir o voto do público, proibido por lei, Mt 26.66.
19. Sentença de morte ditada precipitadamente, Mt 26.66.
20. Sentença lavrada no início do julgamento, quando deveria ser feita no dia seguinte.
21. Os juizes não votaram individualmente.
B) Julgamento Civil em sessão diurna. Três audiências: perante Pilatos, Herodes e Pilatos. Acusação: Dizia ser o rei dos judeus. Proibia pagar o tributo a César. Era um malfeitor. (Observar Guia de Estudo, alíneas 7,8,9,10).
22. A lei proibia a reunião antes do sacrifício da manhã, Mt 27.1.
23. Julgamento efectuado em tempo solene; era a festa da páscoa.
24. A votação foi global (ver 21ª) Mt 27.1.
25. Faltou exame imparcial e exacto da resposta do réu, Lc 22.67-70:
a) O messias deve ser Filho de Deus?
b) Jesus é de facto o Filho de Deus?
26. A sentença foi lavrada logo no início do julgamento (ver 20ª).
27. A sentença foi lavrada na casa de Caifás, quando devia ser na “Sala do Pavimento de Pedras”, lugar consagrado aos julgamentos por crime (Jo 18.28).