As Igrejas da Ásia vs Igrejas desde o Pentecostes (profecias cumpridas)
Análise dos conteudos de cada carta enviada às igrejas na Ásia e sua relação com os tempos da igreja.
PROFECIAS CONTIDAS NAS MENSAGENS ÀS 7 IGREJAS DA ÁSIA
MENSAGEM PROFÉTICA À IGREJA EM ÉFESO
Apocalipse 2:1-7
Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro. Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. Tens, porém, isto: que odeias as obras dos nicolaitas, as quais eu também odeio. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.
Introdução
Éfeso foi a capital da província Romana denominada Ásia, no tempo de César Augusto. Esta cidade era um centro comercial, político e religioso muito importante na época. Era conhecida pelo seu templo dedicado a Artemis (em latim Diana), considerado uma das sete maravilhas da antiguidade. Quando Paulo, em Éfeso, começou a pregar contra o paganismo, por duas horas os efésios ficaram gritando: “Grande é a Diana dos efésios”, e houve um grande tumulto na cidade. O Evangelho chegou a esta cidade por intermédio de Aquila e Priscila (Atos 18:18-19), e Paulo esteve ali durante 3 anos pregando o evangelho (Atos 19:10). Mais tarde, Timóteo liderou a igreja, e João fez desta cidade sua residência. Hoje, Éfeso é uma vila com ruínas na parte ocidental da Turquia, onde o islamismo impera.
História
Historicamente, a igreja em Éfeso representa o desenvolvimento da igreja de Jesus durante o primeiro século, desde o Pentecostes até ao ano 100. Era uma igreja que trabalhava (2:2 “conheço tuas obras”), que perseverava (2:2 “a tua perseverança”), e que colocava à prova os que se diziam apóstolos e não eram (2:2 “puseste à prova os que se dizem ser apóstolos e não são”). Era uma igreja que suportava provas por causa do nome de Jesus (2:3 “e tens perseverança e por amor do meu nome sofreste, e não desfaleceste”). No entanto, o primeiro problema da igreja foi o esfriamento do primeiro amor (2:4 “tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”). A profecia foi cumprida: hoje, Éfeso é uma vila onde a religião maometana prevalece. O candeeiro (luz que alumia, presença da igreja na localidade) foi retirado daquela cidade.
A Igreja em Éfeso representa a Igreja apostólica do primeiro século, onde homens como Paulo, João, Timóteo, Aquila, Priscila, Barnabé e Estêvão foram missionários e desenvolveram o evangelho em muitos lugares e cidades. Era uma Igreja firme, que servia ao Senhor Jesus, reconhecia os erros internos e trabalhava. Era uma igreja dedicada e fiel à Palavra de Deus. Porém, Jesus encontrou a primeira semente da apostasia à sã doutrina, que foi o esfriamento do primeiro amor. Outra semente foi o nicolaitismo, que representa aqueles que conquistam para dominar o povo. Diótrefes (3 João 9-11) é um exemplo dessa atitude. Apesar de a Igreja do primeiro século reprimir essa semente, ela começou a germinar e nunca mais se livrou dessas duas sementes, que estão vivas até hoje.
Conclusão
Éfeso é a igreja pós-apostólica (30-100 d.C.), que tinha a fama de ter perdido o primeiro amor. Por meio dessa igreja, é colocada diante dos nossos olhos a fase inicial da história cristã. Mas esta também simboliza o fim do tempo apostólico. Os apóstolos tiveram grande atividade, e por toda a parte houve grandes despertamentos. Recorde-se o tempo de Paulo em Éfeso, a carta aos Efésios e o choro deles na despedida do apóstolo (Atos 20:36-38).
MENSAGEM PROFÉTICA À IGREJA EM ESMIRNA
Apocalipse 2:8-11
E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu. Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte.
Introdução
Esmirna é um porto marítimo a 56 km a norte de Éfeso. Era um centro de culto imperial de Roma. Hoje é conhecida por Izmir. Esmirna vem da raiz da palavra “mirra”, um dos componentes (perfume) usados para embalsamar os mortos daquela época. Esmirna também significa amargo, amargura.
História
Historicamente, Esmirna representa a Igreja sofredora; é a Igreja que vai do ano 100 ao ano 312 na história, início da época de Constantino. Foi a Igreja perseguida pelo Império Romano.
Profecia
A igreja de Esmirna viveu literalmente o versículo 2:9: “conheço a tua tribulação e a tua pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás”. Os cristãos morriam; a Igreja era perseguida, mas crescia. A palavra tribulação significa ser apertado pelos dois lados. Esmirna era talvez a segunda cidade da Ásia (Éfeso era a primeira). Em Esmirna, havia uma colônia judaica muito forte, que recebeu autorização do imperador romano para viverem sua religião. Então, os cristãos de Esmirna eram apertados dos dois lados: de um lado, eram os romanos, e do outro, eram os judeus. A característica da Igreja na época de Esmirna era: pobreza material e poder espiritual.
No versículo 2:10, Deus mostra que haveria um período de tribulação de dez dias, e que Satanás não perseguiria os cristãos pelo tempo que quisesse. Na história, durante este período de 200 anos, por dez vezes os imperadores decretaram perseguição aos cristãos que não adorassem publicamente as divindades pagãs ou mesmo o imperador. Alguns teólogos pensam que os 10 dias correspondem aos dez anos de governo do Imperador Diocleciano, o mais feroz dos imperadores para com os cristãos. Nestes 200 anos, 10 imperadores perseguiram os cristãos: Nero, Domiciano, Trajano, Adriano, Severo, Maximiliano, Décio, Valeriano, Aureliano e Diocleciano.
MENSAGEM PROFÉTICA À IGREJA EM PÉRGAMO
Apocalipse 2:12-17
E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios. Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem. Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaitas, o que eu odeio. Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.
Introdução
Pérgamo pode significar duas coisas: torre ou casamento. Alguns historiadores chamam Pérgamo a “Lourdes da Antiguidade”, devido às romarias que eram feitas a esta cidade. Pérgamo concentrava várias iniciativas ao culto do paganismo: 1) Tinha o único templo fora de Roma, onde era autorizada a adoração regular ao Imperador; 2) Tinha um grande templo a Zeus ou Sôter, cujo nome significa Salvador; 3) Tinha uma grande torre, também dedicada a Zeus; 4) Também em Pérgamo era adorado o deus Esculápio, o deus da medicina, simbolizado numa cobra.
Profecia
A igreja de Pérgamo caracteriza a igreja da época de Constantino (313-600 d.C.). Em Pérgamo, séculos IV, V e VI, Satanás usou uma nova tática, corrompendo a igreja – a união do paganismo com o cristianismo. No início do século IV, pararam as perseguições, e Constantino decretou o cristianismo como religião oficial do Império Romano. Muitos, para agradar ao imperador, adotaram a nova religião. Regimentos inteiros de soldados eram batizados sem terem nascido de novo. A mistura de pagãos com cristãos foi obscurecendo a consciência da igreja verdadeira. A corrupção instalou-se cada vez mais na igreja, tentando combinar a teologia cristã com a filosofia pagã.
Em 606 d.C., Bonifácio III intitulou-se bispo universal. A religião foi oficializada com a passagem da tiara de “pontífice máximo” pelo imperador a Bonifácio III, que passou a ser chamado de papa. A seguir, uma lista de alguns decretos que saíram dos concílios, passando a ser dogmas oficiais da igreja: 310 – Introdução da reza pelos defuntos; 320 – Uso de velas, um hábito pagão; 375 – Culto aos santos e aos anjos; 394 – Instituição da missa; 431 – Culto à virgem Maria; 500 – Uso de roupas sacerdotais; 526 – Extrema unção; 593 – Doutrina do purgatório; 600 – Rezas dirigidas à Maria. Nenhuma dessas doutrinas possui base bíblica. A igreja cometeu o mesmo erro de Israel: adoração a ídolos e união com o mundo.
A antiga Semiramis babilônica, com Tamuz nos braços, por exemplo, passou a chamar-se “a virgem com o menino Jesus”. Para esta igreja, Jesus apresenta-se como a Palavra de Deus (Hebreus 4:12-13; João 12:48). Haviam pessoas em Pérgamo que conservavam o nome do Senhor. Levar o nome do Senhor é não ter medo do testemunho, mesmo que chegue à morte, como chegou em Pérgamo. A palavra “Antipas” significa: contra todos. Antipas levantou-se e foi contra tudo e contra toda aquela idolatria. Todo “Antipas” que se levantou nesse tempo foi morto. Assim foi perseguida a Igreja de Cristo. Muitos se calaram, não dando testemunho de Jesus, preferindo a glória dos homens. Antipas foi fiel até à morte, mas manteve o testemunho.
MENSAGEM PROFÉTICA À IGREJA EM TIATIRA
Apocalipse 2:18-29
E ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao latão reluzente. Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras. Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensina e engana os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria. E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se arrependeu. Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras, mas eu vos digo a vós, e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei mas o que tendes, retende-o até que eu venha e ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações e com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai. E dar-lhe-ei a estrela da manhã. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Introdução
Tiatira é conhecida pelas suas famosas indústrias de lã e tinturas. Era uma fortaleza distante 55 km de Pérgamo.
História
Em Tiatira havia um pequeno grupo fiel aos olhos de Deus, a verdadeira igreja, a Igreja Universal. Lídia era de Tiatira. Converteu-se a Cristo e hospedou Paulo (Atos 16:14).
Profecia
Tiatira significa: sacrifícios intermináveis – em contraste com o livro de Hebreus no Novo Testamento, que, por várias vezes, diz que Jesus, com uma única oferta, ofereceu para sempre sua vida para resgatar o perdido. Esta igreja representa, na história, a igreja que vai de 606 até o século XV; coincide na história com o período chamado de mil anos da Idade das Trevas. Tiatira simboliza a Igreja Católica no seu apogeu (600-1517). Assim se infiltrou uma falsa doutrina no cristianismo. Uma mulher começou a governar, e os crentes foram perseguidos.
O Senhor teve que dizer à igreja de Tiatira: “Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos” (Apocalipse 2:20). A Igreja Católica alega até hoje ser porta-voz de Deus. Esse sistema eclesiástico, apesar das muitas “boas obras”, é chamado de Igreja “das coisas profundas de Satanás” (v. 24). Esse falso sistema permanecerá até Jesus voltar (v. 25); mas, até ao fim, também haverá crentes verdadeiros (v. 24).
Jezabel representa um sistema. Jezabel foi uma princesa fenícia, sacerdotisa de Baal, que se casou com o rei Acabe. Ela levou para Israel o culto pagão de adoração a Baal, levou centenas de profetas e sacerdotes de Baal e matou centenas de sacerdotes de Deus. Esta citação a Jezabel revela que o espírito que agiu em Tiatira foi o mesmo que, muito tempo antes, agiu em Israel no tempo de Acabe (1 Reis 16:29-34). Jezabel é símbolo de corrupção, imoralidade e idolatria. O Filho de Deus, dado na cruz ao mundo, foi substituído por criaturas; por Maria, pelos “santos”. Os homens fizeram das criaturas o objeto de sua adoração e não o Criador.
No meio da apostasia, haviam pessoas salvas, mantendo amor e fé no Senhor Jesus; como hoje. Há um paralelo entre as sete cartas do Apocalipse e as parábolas de Mateus 13. É interessante notar que a quarta parábola, como paralelo a essa quarta carta, a parábola do fermento, fala de uma mulher que coloca fermento na farinha (Mateus 13:33). O fermento, na Palavra de Deus, fala de falsa doutrina, hipocrisia. A doutrina dos fariseus era chamada de fermento por Jesus. E dei-lhe tempo para que se arrependesse; e ela não quis arrepender-se da sua prostituição. Notemos o verbo no presente: não quer. Dei-lhe tempo; sempre há tempo, mas ela não quer, presente. Tiatira, carta dura!, escrita contra o catolicismo romano.
MENSAGEM PROFÉTICA À IGREJA EM SARDES
Apocalipse 3:1-6
E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto. Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco; porquanto são dignas disso. O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Introdução
O nome Sardes significa “aqueles que escapam”: era uma igreja morta. A cidade deste nome era importante e rica quando foi a capital do reino de Lídia no tempo do rei Creso. Quando esta carta foi redigida, prevalecia nela o culto ao imperador romano.
História
Esta é uma carta escrita ao sistema protestante. Sardes é típica da maioria das igrejas durante o período da Reforma, que vai aproximadamente do ano 1500-1750; tendo a instituição católico-romana apóstata baixado às maiores profundezas da heresia, idolatria e imoralidade, escaparam dela alguns líderes como Tyndale, Cranmer, Le Fèvre, Farel, Lutero, Calvino, Zwingli, Knox, Wycliffe, e outros, que se reveram na Palavra pura de Deus, na doutrina dos apóstolos, rejeitando a autoridade do papa e grande parte das heresias católico-romanas.
Profecia
Em 1517, Deus levantou Lutero, que se opôs à idolatria e ao paganismo, fez uma lista de doutrinas bíblicas e colocou-a na porta do castelo Wittenberg. As novas instituições, chamando-se “igrejas”, com várias denominações, basearam-se na Bíblia e introduziram boas regras de fé; por isso, pareciam estar “vivas”, mas as suas obras não estavam completas diante de Deus. A Reforma começou no século XVI, e o protestantismo já dura há cinco séculos. Várias verdades foram reveladas, mas a cada revelação que Deus ia mostrando (a primeira foi “o justo vive pela fé”), o grupo que as recebia parava e fazia um credo. Quando a Palavra de Deus revelou que o batismo infantil não é para ser praticado, aquele grupo que conheceu a verdade criou uma denominação. O clima criado por Satanás era de guerra, de divisão por causa das doutrinas que se iam conhecendo na Palavra de Deus. Este sistema começou a protestar contra a situação reinante, daí o nome “protestantismo”. Deus levantou vários homens, e a Bíblia começou a ser novamente buscada. Porém, o verdadeiro movimento durou pouco. Lutero entrou em muitos enganos; no final de sua vida, chegou a perseguir os judeus. O povo que iniciou o reavivamento da Palavra de Deus logo “adormeceu”; não ficaram firmes para receberem toda revelação de Deus. Satanás, nesta época, usou outra tática. Ele, que já havia tentado destruir a igreja pela violência e pelo paganismo, agora ataca a doutrina, divide os cristãos.
“Conheço as tuas obras; tens nome de que vives, e estás morto” (Apocalipse 3:1). Atividade é o que não falta no meio protestante. Há atividades, há movimento, parece que está vivo, mas está morto. Há campanhas, reuniões, reuniões especiais, etc.; mas para quê? Para aproximar o povo de Deus? Para o crescimento espiritual? Sardes recebeu muito, mas é infiel como sistema. A separação do mundo, em obediência à Palavra de Deus, traz cortes de amizades, críticas dentro da própria família. É importante a separação das obras mortas, do mundanismo, do paganismo que assola a igreja verdadeira. O jugo desigual produz espinhos no seio do cristianismo. Naturalmente, dentro desta igreja, há também verdadeiros filhos de Deus que praticam um cristianismo decidido e autêntico. Mas o sistema como tal está corrompido: “Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos” (2 Coríntios 6:14). Na verdade, esta igreja continha alguma verdade, mas continuava em muitos aspectos a seguir alguns erros dogmáticos que o catolicismo ensinou. A Bíblia, o protestante tem-na na mão; por vezes fica nas mãos, outras vezes vai até à mente, sem descer ao coração. Há concordância mental de que é a verdade. Há muitas pessoas que acham que nasceram de novo, mas não nasceram; foram criadas no evangelho, mas nunca tiveram uma experiência real com Jesus.
MENSAGEM PROFÉTICA À IGREJA EM FILADÉLFIA
Apocalipse 3:7-13
E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre. Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome. Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo. Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra. Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Introdução
Filadélfia era uma cidade que distava 60 km de Sardes. Tinha um culto à divindade pagã Dionísio – deus do vinho. Filadélfia significa: “filos” – amor, “adelfos” – irmão; amor dos irmãos.
História
Muitos concordam que esta igreja descreve a época que se iniciou em 1750 até próximo dos nossos dias. Foi nesta época que explodiu novamente no mundo a obra missionária, que estava estagnada desde o século III. Quando William Carey (que foi precedido pelos Morávios) em plena época de Sardes (a igreja que pensava que estava viva, mas estava morta), falou com a igreja sobre a grande comissão, referindo a necessidade de alcançar os pagãos, recebeu como resposta da igreja: “No dia em que Deus quiser salvar os pagãos, Ele os salvará, sem precisar de nós”. William Carey, homem rejeitado na sua igreja local, colocado de lado como se tivesse dito uma heresia, escreveu um “livreto”. Alguns seus amigos leram e concordaram com a grande comissão. Fizeram uma pequena missão e foram para a Índia. Algum tempo depois, outros seguiram os seus passos e foram enviados missionários para o mundo inteiro.
Deus levantou outro homem, Hudson Taylor. Hoje fala-se deles como: o grande William Carey, o grande Hudson Taylor… Mas, naquela época, eram as pessoas mais insignificantes. Outro homem que foi grande – Cameron Townsend. Em 1934 foi para a Guatemala em missão, aprendeu o espanhol, achando com isso que iria evangelizar a Guatemala inteira. De repente, descobriu que mais da metade da população da Guatemala não falava o espanhol, mas línguas indígenas. Townsend fundou o Instituto Wycliffe e preocupou-se com o que se chamam “povos ocultos”. Hoje sabe-se que há mais de 16.000 grupos no mundo deste tipo. O Instituto Wycliffe traduz a Bíblia para essas línguas.
Charles Studd foi como missionário para a China, Índia e África. Também as viagens missionárias de David Livingstone na África intransitável são dessa época. Charles Spurgeon pregou a Palavra no “Tabernáculo” em Londres, onde milhares o ouviam e multidões se convertiam a Cristo. Dwight Moody, George Whitefield e outros. Friedrich von Bodelschwingh ajudou os enfermos, aleijados, desamparados e errantes encontrarem um lar, segurança, e uma vida plena em Jesus Cristo. William Booth, na Inglaterra, sentiu a necessidade de ajudar física e espiritualmente os mais pobres dos pobres. E ele fundou o Exército de Salvação. Sentindo a necessidade e vendo a miséria das muitas crianças e jovens sem lar em Bristol, George Müller fundou orfanatos nessa cidade, onde muitas crianças foram alimentadas, alfabetizadas e encontraram Jesus Cristo.
Profecia
Missão é a visão no período de Filadélfia. Em Filadélfia, o amor dos irmãos tinha como alvo pensar em si e também nos outros. Um elemento que contribuiu para esse impulso missionário foi a doutrina da vinda de Cristo. “Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro…” Não há repreensões para esta igreja. Santidade é característica da família de Deus. “Chave de Davi”, autoridade. Foi assim que homens guiados pelo Espírito Santo falaram com autoridade. “Uma porta aberta”; Deus abriu esta porta para a evangelização, estando o evangelho a ser pregado mesmo onde aparentemente é impossível. Jesus é quem abre e ninguém fecha. “Tens pouca força”; não foi o poder, nem a riqueza, nem as grandes contas bancárias que elevaram o nome de Jesus Cristo e fizeram crescer a igreja. A força de Filadélfia está na fraqueza, porque o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza (2 Coríntios 12:6-10). “Guardaste a minha palavra”; O catolicismo adicionou coisas à Palavra de Deus, a tradição e o ensino de homens. O protestantismo negligenciou a Palavra. Mas, esta igreja, Filadélfia, ama, lê, medita, guarda, obedece à Palavra e deseja a Palavra.
MENSAGEM PROFÉTICA À IGREJA EM LAODICEIA
Apocalipse 3:14-22
E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus. Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente. Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Introdução
Laodicéia era uma cidade a 145 km de Éfeso e a 72 km de Filadélfia. Era conhecida pelo seu centro farmacêutico, produção de lã e remédios. A palavra Laodicéia é formada por duas outras palavras: “laos”, que significa “povo”, e “dicela”, que significa “opinião ou costume” e que também pode ser traduzida por “voz”. Portanto, Laodicéia é a opinião, o costume, por outras palavras: é a voz do povo.
História
Historicamente, o espírito que caracteriza essa igreja começou a firmar-se no início deste século e irá até ao arrebatamento.
Profecia
Laodicéia – muitas pessoas vão sentir “comichões” nos ouvidos e terão desejo de ouvir doutrinas agradáveis a si próprias e não as que estão escritas na Bíblia. É a igreja apóstata que anda próximo de Filadélfia. Jesus está do lado de fora dessa igreja, batendo à porta para mostrar o remédio para a apostasia e para a pobreza que nela grassa.
O “Amém” é um dos títulos de Jesus Cristo. Esta é a última carta, e a última mensagem para a igreja, que deve ouvi-la muito bem. Laodicéia encerra a sétima carta – isto tem a ver com a perfeição. Só Jesus é fiel e verdadeiro (Apocalipse 19:11).
“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse 3:15-16). Eis aqui a descrição de três estados espirituais: Frio: os que são contrários à vontade de Deus, vivem como mortos. Quente: o salvo convicto e fervoroso. Morno: São religiosos, ignoram a vontade de Deus. São adoradores de Deus e Mamom. Esta indefinição causa náuseas ao Senhor.
Laodicéia tem uma crença: todos os caminhos levam a Deus. Tem adeptos que dizem que são “cristãos”, provam as coisas da igreja, mas a maioria não tem comunhão com Deus. Tem pouco convívio, pouca oração, pouco compromisso cristão, pouco amor aos irmãos.
“Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Apocalipse 3:17). O mundo diz de Laodicéia: “A Igreja é rica”. Deus diz: “Infeliz, miserável”. E o pior são as seguintes palavras: “e não sabes!” Laodicéia não sabe e não sente que é infeliz e miserável; acha que não precisa do Espírito Santo para viver uma vida santificada. Vive com o poder material.
“Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas” (Apocalipse 3:18). “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Apocalipse 3:19-20).
Nunca a igreja precisou tanto de uma mensagem assim, como a igreja de hoje. A mornidão da Igreja leva o mundo a não acreditar nos seus objetivos. A forma de tratamento das coisas espirituais por parte da maioria dos crentes indifere aqueles que as ouvem ao ponto de endurecerem os seus corações para a verdade. A falta de amor cristão, o hábito de juntar as coisas sagradas com as coisas mundanas, a propensão para juntar o anatema e o jugo desigual tem sido exatamente os mesmos erros da igreja atual quando comparamos com a igreja em Laodicéia.
Esta Igreja precisava de comprar remédio porque o que era de graça não lhe servia. Esta Igreja precisava de abrir seus olhos porque o mundo a cegava. Tem falta de reverência e dignidade pela vitória de Jesus na Cruz.
——————— Estas comparações devem ser tidas com entendimento e como sinais de Deus——-
Por Samuel Pereira