Os Anjos bons
A Bíblia fala da manifestação dos anjos na obra da criação do mundo físico (Jó 38.6,7)
Angelogia
As Escrituras ensinam que há uma ordem de seres celestiais distinto da humanidade e da divindade.
Os Anjos não são humanamente visíveis, cremos na veracidade da sua existência e cremos em tudo quanto a Bíblia afirma a seu respeito. Há um processo ordenado na história da criação que apresenta-se em três fases distintas como segue:
l. A criação das coisas espirituais.
Jó 38:1 – 7 Deus ao responder para Jó, que, quando os anjos foram criados o mundo material não havia sido criado.
2. A criação das coisas materiais.
A criação material abrange todo o universo onde sua extensão nos dá uma visão da grandeza de Deus.
3. A criação da vida sobre a terra.
Deus formou o homem com uma vida material em combinação com o imaterial. Os anjos são apenas seres espirituais e os homens são seres espirituais e materiais.
DEFINIÇÕES
O vocábulo “ANJO” tal qual aparece nas versões correntes, vem de um termo hebraico “MAL’ AKH” (malaque), no grego foi traduzido como” ANGELLOS”
Em ambos os testamentos o termo ” ANGELLOS” tem o significado de MENSAGEIROS DE DEUS.
ANGELOLOGIA = ANGELLOS + LOGIA
ANGELLOS = ANJOS
LOGIA = ESTUDO
Portanto, ANGELOLOGIA significa ” Doutrina dos anjos “
I. NOMES APLICADOS AOS ANJOS
O termo anjo aplica-se a todas as ordens dos espíritos criados por Deus (Hb 1.14). Existem muitas outras citações similares com outros apelativos que expressam o mesmo significado.
O termo Anjo expressa todo ser celestial criado por Deus.
Gênesis 3:24 – Querubim
Gênesis 18:2 – Varão
Josué 5:13 – 15 – Príncipes
Isaías 6:2 – Serafim
Jó 1: 6 – Filhos de Deus
Salmos 104:4 – Ministros
Efésios 1: 20-21 – Principados Potestades Domínios
Hebreus 1:14 – Espíritos Ministradores
Judas 9 – Arcanjo
II. A CRIAÇÃO DOS ANJOS
Os anjos são reais.
Eles exercem actividades importantes no mundo espiritual, mas não são independente nessas actividades, pois as fazem dentro dos limites a que foram criados. A Bíblia fala da manifestação dos anjos na obra da criação do mundo físico (Jó 38.6,7). Eles estavam presentes quando Moisés recebeu de Deus as tábuas da Lei (Hb.2.2);
No nascimento de Jesus (Lc 2.13); Na ressurreição de Cristo (Mt 28.2; Lc 24.4,5); na ascensão de Cristo (At l.10). Quando foram servir ao Senhor Jesus no deserto da tentação (Mt 4.11). Sua manifestação é incorpórea; eles são seres espirituais e morais. A realidade dos anjos se comprova mediante os atributos de personalidade que eles demonstram falando, pensando, sentindo e decidindo.
Entretanto, os demônios, que são anjos caídos da graça de Deus, tomam para se incorporarem corpos de pessoas vivas ou de animais, e por essas possessões materiais, se manifestam. Os anjos de Deus não tomam outros corpos para se manifestarem, mas tomam formas de pessoas humanas visíveis para se fazerem manifestos. (I Cor. 15:40 – 44)
Anjos não são meros espíritos sem corpos. Como podemos saber através da declaração do Nosso Senhor de que os filhos da ressurreição serão iguais aos Anjos. São revestidos de corpos espirituais tais como os que nos são prometidos se formos havidos por dignos de alcançar a ressurreição (Fil. 3:21). O corpo espiritual corresponde ás necessidades da vida espiritual. No arrebatamento o nosso corpo não será o mesmo corpo terreno e corrupto mas espiritual que participará da natureza espiritual.
2. Existem anjos bons e maus.
Na criação original dos anjos, não houve essa classificação entre bons e maus. A Bíblia declara que os anjos foram criados no mesmo nível de justiça bondade e santidade (2 Pe 2.4; Jd 5). O que define entre bons e maus é o fato de que foram criados como seres morais com livre-arbítrio, e daí, a liberdade de escolha consciente entre o bem e o mal. A queda de Lúcifer deve-se a esta condição moral dos anjos (Is 14.12-16;Ez 28.12-19).
A Bíblia fala acerca dos anjos que pecaram contra o Criador e não guardaram a sua dignidade (2 Pe 2.4; Jd 6; Jó 4.18-21). Aos anjos que não pecaram e não seguiram a Lúcifer, Deus os exaltou e os confirmou em sua posição celestial e para sempre estarão na sua presença, contemplando e executando a vontade do Criador (1 Tm 5.21; Mt 18.10).
3. A habitação dos anjos.
Ao estudarmos as várias classes angelicais, entendemos que estas são distintas por várias atividades e se manifestam no vastíssimo espaço das “regiões celestiais”. A Bíblia declara ainda que os anjos de Deus são organizados em milícias espirituais que povoam os céus e são distribuídos em distintas ordens e graus (Lc 2.13; Mt 26.53). Trata-se, portanto, de uma habitação numa dimensão celestial.
4. O número de anjos.
A quantidade existente de anjos é única e incontável, porque desde que foram criados não foram aumentados nem diminuídos. Eles não procriam e foram criados de uma vez pelo poder da Palavra de Deus. (Marcos 12:25)
O propósito do sexo é a reprodução do ser humano, essa necessidade não existe no meio celestial, portanto são assexuados ou seja não possuem sexo.
A Bíblia utiliza expressões variadas para designar “milhares de milhares “, “multidão dos exércitos celestiais “, “muitos milhares de anjos” (Ap 5.11; Dn 7.10; Dt 33.2; Hb 12.22; Lc 2.13). É impossível determinar o número de anjos porque é incontável e é o mesmo número em todos os tempos, desde que foram criados (Sl 148.2-5).
Eles foram criados em multidões que ultrapassam nossa imaginação.
Os Anjos são filhos de Deus numa condição original, visto que Deus os criou. (Col. 1:16)
Esta passagem traz informações de que há no mundo invisível grande variedade de seres celestiais, da qual nosso mundo visível é uma pálida reprodução, ou seja Deus não criou somente uma classe de Anjo.
III – NATUREZA GERAL DOS ANJOS
- Os anjos são criaturas.
- No princípio de todas as coisas, antes da criação do mundo físico, Deus criou os anjos. A expressão “exército do céu”, dependendo do contexto, pode ter duas interpretações. Em Gênesis 2.1, Salmos 33.6 e Neemias 9.6, refere-se aos anjos.
- É impossível fixar o tempo em que foram criados os anjos, mas a resposta de Deus a Jó declara que eles foram criados antes de todas as outras coisas(Jó 38.4,7)
2.Os anjos são seres espirituais.
Os corpos espirituais não possuem limitações físicas, por isso a “lei da gravidade” não exerce qualquer influência ou poder sobre coisas espirituais. Por serem superiores à matéria, os anjos podem tomar formas humanas para se fazerem perceptíveis aos sentidos físicos do homem, se houver necessidade. Não sofrem ação da natureza (Juízes 13:19 – 20)
Hebreus 1:14 Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?
Não envelhecem Marcos 16:5
Porque não envelhecem? Não sofrem a ação do tempo
Várias aparições de anjos feitas a Abraão, Ló, Jacó, Josué, Pedro e Paulo são exemplos indiscutíveis da Bíblia(Gn 18.1-10; 28.10-22 etc.) Ainda em nosso tempo, os anjos aparecem aos servos de Deus na terra.
- Os anjos são seres poderosos.
- O salmista os descreveu como “valorosos em poder” que executam as ordens de Deus e lhe obedecem (Sl 103.20) .
- II Pedro2: 11 Enquanto os Anjos, sendo maiores em força e …
- Quando os pais de Sansão levantaram um altar ao Senhor, um anjo desceu sobre as chamas do altar sem sofrer qualquer dano(Jz 13.19,20).
- Um só anjo matou a 185 mil soldados do exército assírio (Is 37.36). Um só anjo destruiu com fogo as cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19). Um só anjo removeu a pedra do sepulcro onde Jesus foi sepultado, quando se exigia vários homens para remover aquela enorme pedra(Mt 28.2) Embora os anjos tenham poderes, eles são limitados (2 Sm 24.16; Ap 18.1,21; Gn 19.13).
- Seus poderes sobrepujam grandemente aos dos homens, entretanto estes poderes são estritamente limitados.
- Poder sobrenatural Atos 12:7 – 10; Mateus 28:2; II Reis 19 :35
- Poder sobre a natureza Apocalipse 7:; Apocalipse 14 :18; Apocalipse 16:5
Os anjos são seres pessoais.
Na experiência com os homens, os anjos falam, orientam, ouvem e determinam. A Bíblia dá a entender que os anjos possuem uma inteligência superior à dos homens, mas não igual ou superior à de Deus (2 Sm 14.20; 1 Pe 1.12) Dotados de sentimentos, anjos podem experimentar emoções quando rendem culto a Deus (Sl 148.2) .
Eles conhecem as limitações e se contentam com tudo o que fazem (Mt 24.36).
5.Os anjos são seres imortais.
Os homens podem morrer, mas os anjos são espíritos imortais (Lc 20.34-36). Significa que eles não estão sujeitos à dissolução, ou putrefação orgânica, visto que seus corpos são imateriais. A imortalidade deriva da pura espiritualidade.
Nota: Imortalidade é diferente de Eternidade.
III. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
O Senhor deu aos anjos conhecimento, poder e mobilidade mais elevados do que aos homens. Por esses elementos descobrimos algumas características especiais capazes de fazer-nos compreender alguns aspectos da revelação bíblica e das relações pessoais com os homens.
Santidade No Apocalipse, os anjos são identificados como santos. Isto implica em que eles foram colocados em estados eterno de santidade (Ap. 14.10). Outros textos das Escrituras os identificam como “santos” (Mt 25.31; Mc 8.38; Lc 9.26; At 10.22) para os distinguir dos anjos caídos Jo 8.44 e 1 Jo 3.8-10.
Reverência Uma das características principais das atividades angelicais é o louvor e a adoração (Sl 29.1,2; 89.7; 103.30; 148.2). Jesus declarou que os anjos de Deus sempre estão na presença do Pai e vêm a sua face (Mt 18.10).
De modo geral, todos os anjos de Deus o louvam e o adoram, mas há uma classe específica das hostes angelicais cuja função principal é louvar e adorar a Deus. Reverência é respeito e veneração marcado pelo temor. Esse temor não é medo, mas significa reconhecimento do poder superior de Deus. Serviço.
O autor da Epístola aos Hebreus denomina os anjos de “espíritos ministradores” (Hb 1.14), indicando que eles exercem serviços especiais aos interesses do Reino de Deus.
Os anjos executam a vontade de Deus O próprio sentido da palavra “anjo” é mensageiro. Portanto, é função precípua dos anjos servir aos interesses de Deus, obedecendo-lhe em toda a sua soberana vontade. Mais uma vez o autor de Hebreus indica essa função angelical de serviço quando diz: “Ainda quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos e a seus ministros labaredas de fogo”(Hb 1.7). Os escritor sagrado os destaca como “ministros” para identificar o serviço que prestam a Deus em favor dos santos em Cristo.
Os anjos cuidam e protegem os fiéis Há um texto nos Salmos que declara que “o anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra”(Sl 34.7). Elias, ameaçado de morte pela rainha Jesabel, mulher de Acabe, precisou fugir da cidade para escapar com vida. Elias fugiu para o deserto e assentou-se debaixo de uma pequena árvore chamada zimbro. Estava triste e decepcionado, por isso, pediu a morte. Deitado debaixo daquele zimbro, veio um anjo da parte de Deus e o tocou e lhe disse: “Levanta-te e come. E olhou, e eis que à cabeceira estava um pão cozido sobre brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu e tornou a deitar-se. E o anjo do Senhor tornou segunda vez, e tocou-o, e disse: Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho”(1 Rs 19.5-7)
Os anjos punem os inimigos de Deus Os inimigos de Deus agem de muitas maneiras, mas nada passa despercebido pelo Senhor. Houve um rei da Assíria, chamado Senaqueribe, que desafiou ao Deus de Ezequias, rei de Judá. Imediatamente Deus enviou um anjo poderoso o qual destruiu o exército assírio de 185 mil soldados. Para preservar o seu povo e o seu nome, Deus puniu aqueles inimigos (2 Rs 19.35). No período dos juízos finais da história da humanidade, os anjos serão os emissários de Deus para executarem o seu juízo contra aqueles que rejeitam a Jesus como Salvador do mundo e se constituem em inimigos declarados do soberano Senhor (MT 13.50).
OUTRAS CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
Alguns possuem asas Êxodo25:20, Isaías 6:2-6
Na esfera espiritual as asas não são órgãos necessários para voar. Dan 9: 21-At 1: 9
Protetor II Reis 6 :17
Influenciam nos pensamentos João 13:2
Muito rápido Daniel 9:21
Não são Oniscientes Gêns 19 :12; Mar 13 :32
Submisso II Samuel 24:16
Não aceitam adoração Apocalipse 19:10
Regozijam Lucas 15:7 – 10
Servem Salmo 103:20
Observam I Coríntios 4:9; Efésios 3:9 – 10
Recebem nosso espírito Lucas 16:22
Reunirão os escolhidos Mateus 24:31
IV – CLASSIFICAÇÃO ANGELICAL
No tocante à categoria ou classificação Angelical, as Escrituras dão testemunhos mais abundante, citando seus postos e até funções. Cada aspecto da personalidade dos Anjos foi estabelecido pelo Criador, isto é, cada Anjo em si mesmo se contenta com aquilo que é.
A organização angelical abrange as várias categorias ou classes de anjos. À semelhança das organizações políticas existentes no mundo, com graduações e poderes maiores e menores, as cortes angelicais também possuem a sua hierarquia. Estudaremos o assunto de um modo genérico, mas obedecendo a uma certa ordem.
1 – UMA HIERARQUIA
A Bíblia dá a entender que os anjos de Deus se acham organizados de forma hierárquica, isto é‚ numa forma de graduação, de autoridade. Essa graduação ‚ destacada pelo tipo de atividade que os anjos exercem em todo o Universo e na presença de Deus.
O ARCANJO MIGUEL
A palavra “arcanjo” representa a mais elevada posição na hierarquia angelical. O prefixo “arc”, do grego “arch”, sugere tratar-se de um chefe, um príncipe, um primeiro- ministro.
Entre os livros apócrifos, existe o livro de Enoque, que apresenta sete arcanjos, a saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Mas o único nome dessa lista que aparece nos livros canônicos da Bíblia que usamos é o do arcanjo Miguel.
Judas 9 Mas o Arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele, mas disse O Senhor te repreenda.
Esse arcanjo se destaca biblicamente como uma espécie de administrador e protetor dos interesses divinos em relação a Israel) (Dn 12.1). O arcanjo Miguel ‚ denominado ” príncipe dos filhos de Israel ” porque é o guardião dessa nação.
Daniel 10:13 … e eis que Miguel, um dos primeiros Príncipes, veio para ajudar-me.
Miguel sempre aparece em conotação com Israel, trazendo a imagem de um guerreiro.
Daniel 12 :1 E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe,
Na visão apocalíptica e escatológica que João teve na Ilha de Patmos, o arcanjo Miguel surgirá como o grande comandante dos exércitos celestiais contra as milícias satânicas, representadas pelo dragão, símbolo de Satanás (Ap 12.7-12). Na vinda pessoal de Jesus Cristo, na primeira fase de convocação dos remidos do Senhor, a escritura não dá nome ao arcanjo, mas declara que a voz do arcanjo será ouvida pelos mortos santos, os quais ressuscitarão e se levantarão de suas sepulturas para ir ao encontro do Senhor nos ares (I Ts 4.16).
O ANJO GABRIEL
Lucas 1:19 E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus,
–Gabriel significa o ” Varão de Deus “
–É primordialmente o mensageiro da misericórdia e da promessa de Deus.
–Ele aparece 4 vezes na Bíblia e em todas aparece trazendo boas noticias.Daniel 8 :16, Daniel 9 :21 — Lucas 1:19, Lucas 1:26
–Gabriel também é visto como um Embaixador Celestial, em razão de suas aparições terem caráter especial de um embaixador:
– Trouxe a Daniel a noticia do futuro de Israel.
– Avisou Zacarias do nascimento de João Batista
– Trouxe ao mundo a notícia do nascimento de Jesus Cristo.
– Gabriel é tido como um anjo de elevado poder angelical, da mais alta confiança da corte celestial.
OS QUERUBINS
Essa classe de anjos criados por Deus se destaca pela ligação que eles têm com o trono de Deus. A palavra querubim, no original hebraico “querub” , tem o sentido de guardar, cobrir.
Eles aparecem pela primeira vez na Bíblia em Gênesis no Jardim do Éden para guardar a entrada oriental a fim de que o homem que havia pecado contra o seu Criador não tivesse acesso ao caminho da árvore da vida.
Gênesis 3:24 E havendo lançado fora o homem, pôs Querubins ao oriente do Jd. Éden.
O que aprendemos acerca dos querubins‚ é que eles possuem uma posição elevada na corte celestial e estão diretamente ligados ao trono de Deus (I Sm 4.4; II Rs 19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16). Em Ezequiel 10, os querubins aparecem cheios de olhos e o trono de Deus está acima deles. (Significa a onividência de Deus)
A ligação dos querubins com o trono de Deus nos ensina que eles guardam o acesso á presença de Deus.
Sua função, é proteger, para que o pecado não venha poluir a santa presença de Deus.
Novamente encontramos estes seres como protetor sobre a arca da aliança (representa a presença de Deus) Só nos é possível entrar no Santo dos Santos ou ” Lugar Santíssimo ” com o sangue da aliança em nossas vidas (Hb 10.19-22).
Êxodo 25:20 Os Querubins estenderão as suas asas por cima, cobrindo com as suas asas o propiciatório; as faces deles uma de fronte da outra; as faces dos Querubins estarão voltadas para o propiciatório.
Em outros textos encontramos os Querubins representando as coisas celestiais e sempre associado à Glória de Deus.
Salmos 99:1 O Senhor reina; tremam as nações; ele está entronizado entre os Querubins;..
Hebreus 9:5 E sobre a Arca os Querubins da glória…
Ezequiel 9:3a, 10:2b E a Glória do Deus de Israel se levantou do querubim sobre o qual estava…
OS SERAFINS
O vocábulo serafim deriva do “saraph” e significa ardente, refulgente ou brilhante, nobres ou afogueados. Esta classe de anjos aparece uma só vez na Bíblia em Isaías 6.1-3. Alguns escritores judeus tem procurado sustentar que os Serafins são brilhantes.
Isaías 6:2 Os Serafins estavam acima dele; cada um tinha seis asas com duas cobriam seus rostos, e com duas cobriam os seus pés e com duas voavam.
Nesta escritura, os serafins estão intimamente ligados ao serviço de adoração e louvor ao Senhor. Nesse serviço, eles promovem, proclamam e mantém a santidade de Deus. O termo Serafim fala de adoração incessante, do seu ministério de purificação.
Na visão de Isaías, os serafins são representados como tendo seis asas. As asas de cada serafim tinham funções específicas. Com duas asas cobriam o rosto, numa atitude de reverência perante o Senhor. Com as outras duas asas cobriam os pés, falando de santidade no andar diante de Deus, e com as duas últimas asas, eles voavam. Essa visão de seres alados não significa que todos os anjos, obrigatoriamente, têm de Ter asas. As asas desses serafins tinham por objetivo mostrar ao profeta a capacidade de movimento e locomoção dos anjos para realizarem a vontade de Deus. É uma forma materializada que os seres espirituais usam para serem compreendidos, porque, de fato, os anjos são incorpóreos.
Isaías 6:3 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; toda terra está cheia da sua Glória.
Seu louvor constantemente é dirigido à Trindade. Santo (Deus), Santo (Jesus), Santo (E. Santo)
Neste texto devemos observar o pronome (nós) no verso 8.
Isaías 6:4 E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se encheu de fumo.
A Bíblia nos apresenta ainda mais alguns termos aplicados aos anjos.
Col. 1:16 porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele
Rom. 8:38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades,
Segundo alguns teólogos a divisão ficaria assim: Tronos, (querubins e serafins), Poderes, (domínios e potestades), Principados, (arcanjos e anjos comuns).
Apresentaremos uma classificação segundo a ordem dos textos Cl 1.16 e Rm 8.38 , sem nos preocupar com uma ordem definitiva.
TRONOS
(Cl 1.16) Conforme está no original grego, “thronoi” tem um sentido especial porque se refere a uma classe de anjos que está diretamente ligada à majestade e soberania de Deus. É possível que os “querubins” estejam diretamente ligados a esse tipo de atividade real, pois alguns textos identificam os querubins como os seres sobre os quais Deus está assentado e reinando (I Sm. 4.4; II Rs 19.14; Sl 80.1; 99.1). Quiséramos ser os “tronos” de Deus! Entretanto, Deus ostenta sua glória através de nós mediante a permanência do Espírito Santo em nosso ser.
DOMÍNIOS
(Cl 1.16) . Em algumas versões, o termo grego “kuriothes” ou “kuriotethoi” tem o sentido de soberania ou dominações (Ef 1.21). A classe especial de anjos dominadores tem como função principal executar as ordens de Deus sobre as coisas criadas. Paulo diz que esses anjos executam as ordens divinas sob autoridade de Cristo.
PRINCIPADOS
(Cl 1.16). Mais uma vez aquelas categorias especiais dos querubins e serafins se confundem com essas classificações de tronos, domínios, principados e potestades. Por isso, é difícil estabelecer uma ordem específica; porém, o que está revelado acerca dessas classes de anjos nos é suficiente para entender a sua importância e o seu ministério.
A palavra “principados” no grego bíblico é “archai”, e refere-se a uma classe de anjos que têm poderes de príncipes. Nos reinos terrestres, os principados regem sobre territórios pertencentes ao reino. Podemos ver isto na história de Lúcifer, o qual havia sido estabelecido como “querubim ungido para proteger” e estava no monte santo antes de sua queda. Ao mesmo tempo, parece-nos que sua posição de “querubim” é fortalecida e acrescida por outra posição de “principado”. Supõe-se que ele governava o planeta na posição de “principado”, e só perdeu essa posição quando se rebelou contra o Criador e Senhor (Is 14.13; Ez 28.16; Ap 12.9).
Devemos também considerar um outro “príncipe” chamado Miguel , referido na Bíblia como “um dos primeiros príncipes” de Deus (Dn 10.13).
POTESTADES
(Cl 1.16). Potestades referem-se a anjos especiais que executam tarefas especiais da parte de Deus. Não se trata de poderes angelicais isolados, mas são chamados de “potestades” porque foram investidos de uma autoridade especial. Vários exemplos se destacam na Bíblia das ações poderosas dessa classe de anjos. Um destes anjos foi enviado por Deus para destruir a cidade de Jerusalém e só parou sua destruição quando Deus lhe ordenou que guardasse a sua espada (I Cr 21.15-27).
O salmista Davi destaca anjos que são “magníficos em poder” (Sl 103.20). Isto revela que esses anjos pertencem a uma classe de seres poderosos, mas não onipotentes. A onipotência é atributo único do Deus Trino, por isso, nenhuma criatura jamais teve nem terá poderes totais. A magnitude do poder dessas potestades se limita ao nível da capacitação dada por Deus para o cumprimento de suas obrigações.